By Steve Burns
A crise financeira de 2008-2009 foi um divisor de águas na história moderna, com consequências de longo alcance ainda hoje. Foi uma época de grande incerteza, enquanto a economia global oscilava à beira do colapso e as pessoas comuns lutavam para sobreviver.
Em meio a todo esse caos, vários filmes brilhantes exploraram a crise e suas consequências de maneiras poderosas e instigantes. Esses filmes ofereceram uma perspectiva única sobre os eventos da época, investigando o funcionamento interno do sistema financeiro e as histórias humanas por trás das manchetes. Seja você um fã de finanças ou apenas procurando um bom filme, esses filmes certamente cativarão e informarão em igual medida.
Primeiro, um pouco de contexto sobre a crise financeira que abalou o mundo.
O que levou à crise financeira?
A crise financeira de 2008 resultou de vários fatores complexos e inter-relacionados. Algumas das causas mais significativas da crise incluem:
1. A bolha do mercado imobiliário: Nos anos que antecederam a crise, o mercado imobiliário nos Estados Unidos experimentou uma bolha, com os preços das casas subindo vertiginosamente. Isso foi parcialmente impulsionado pela disponibilidade de hipotecas subprime, oferecidas a tomadores de empréstimo com histórico de crédito ruim.
2. O uso de títulos garantidos por hipoteca: muitos bancos e instituições financeiras empacotaram as hipotecas subprime em instrumentos financeiros complexos conhecidos como títulos garantidos por hipoteca (MBS Mortgage-backed securities) e os venderam aos investidores. Isso ajudou a espalhar o risco de inadimplência entre uma ampla parte e também criou um sistema frágil e vulnerável ao colapso.
3. Falta de regulamentação: O sistema financeiro não estava sujeito a regulamentação suficiente, o que permitia que práticas de risco não fossem controladas. Isso incluía o uso de alavancagem, ou empréstimo, por instituições financeiras, o que lhes permitia fazer grandes apostas com quantias relativamente pequenas de capital.
4. Desequilíbrios globais: A crise não se limitou aos Estados Unidos, mas foi um fenômeno global. A crise foi agravada por desequilíbrios na economia global, incluindo grandes déficits comerciais nos Estados Unidos e excedente em países como a China.
Filme nº 1: Inside Job (Trabalho Interno)
Inside Job é um documentário de 2010 que explora as causas e consequências da crise financeira de 2008. O filme, dirigido por Charles Ferguson e produzido por Audrey Marrs, oferece uma análise abrangente e aprofundada dos eventos que levaram à crise e como ela impactou a economia global.
O filme começa preparando o cenário para a crise, explicando como a bolha do mercado imobiliário e o uso de títulos garantidos por hipoteca desempenharam um papel fundamental na construção da crise. Ele também examina o papel da desregulamentação financeira em permitir que práticas arriscadas não sejam controladas e analisa como os desequilíbrios globais contribuíram para a crise.
Ao longo do filme, especialistas e especialistas são entrevistados, incluindo o ex-presidente do Federal Reserve Alan Greenspan, o ex-secretário do Tesouro Timothy Geithner e outros atores importantes do setor financeiro. O filme também inclui entrevistas com pessoas comuns afetadas pela crise, incluindo proprietários que perderam suas casas e trabalhadores que perderam seus empregos.
Inside Job foi aclamado pela crítica em seu lançamento, com muitos críticos elogiando sua exploração completa e sutil da crise. O filme ganhou inúmeros prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Documentário, e continua sendo um recurso valioso para quem procura entender os complexos eventos da crise financeira de 2008.
Filme nº 2: The Big Short (A Grande Aposta)
The Big Short é um filme biográfico americano de comédia dramática de 2015 dirigido por Adam McKay e escrito por McKay e Charles Randolph. O filme é baseado no livro de 2010 The Big Short: Inside the Doomsday Machine, de Michael Lewis, que conta a história da crise financeira de 2008.
The Big Short segue um grupo de investidores não convencionais que viram a bolha do mercado imobiliário e o uso de títulos garantidos por hipoteca como uma oportunidade potencial de obter lucro. Esses investidores, incluindo Michael Burry (interpretado por Christian Bale), Mark Baum (Steve Carell) e Ben Rickert (Brad Pitt), apostaram contra o mercado imobiliário comprando swaps de inadimplência de crédito, que pagariam se as hipotecas subjacentes aos títulos fossem inadimplentes. .
Quando o mercado imobiliário começou a entrar em colapso, as apostas dos investidores valeram a pena e eles obtiveram lucros enormes enquanto o resto do mundo financeiro estava em crise. O filme entrelaça as histórias desses investidores com explicações sobre os complexos instrumentos e práticas financeiras que contribuíram para a crise.
The Big Short foi um sucesso comercial e de crítica, com muitos críticos elogiando sua abordagem inteligente e divertida para explicar os complexos eventos da crise financeira. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, e ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado.
Filme nº 3: Margin Call (O Dia Antes do Fim)
Margin Call é um filme de drama independente americano de 2011 escrito e dirigido por J. C. Chandor. O filme se passa nos primeiros dias da crise financeira de 2008 e segue os eventos que se desenrolam em um banco de investimento quando a crise começa a se desenrolar.
O filme gira em torno de Peter Sullivan (interpretado por Stanley Tucci), um analista de avaliação de risco do banco, que descobre uma série de modelos financeiros perturbadores enquanto examina os arquivos de um colega recentemente demitido. Esses modelos sugerem que o banco está à beira de um colapso financeiro, já que o valor dos títulos garantidos por hipoteca que ele possui está despencando.
Enquanto Sullivan trabalha para entender toda a extensão da crise, ele se envolve em um jogo de gato e rato de alto risco com seus superiores, incluindo o CEO do banco (interpretado por Jeremy Irons). O filme explora os dilemas éticos que os personagens enfrentam enquanto lidam com as consequências de suas ações e tentam proteger seus interesses.
Margin Call foi bem recebido pela crítica e pelo público, com muitos críticos elogiando sua atuação e seu retrato nítido do funcionamento interno da indústria financeira. O filme foi indicado a vários prêmios, incluindo dois Independent Spirit Awards.
Filme nº 4: 99 Homes (99 Casas)
99 Homes é um filme de drama americano de 2014 dirigido por Ramin Bahrani e escrito por Bahrani e Amir Naderi. O filme é estrelado por Andrew Garfield como Dennis Nash, um trabalhador da construção civil que está lutando para sobreviver após a crise financeira de 2008.
O filme começa com Nash sendo despejado de sua casa por um implacável corretor de imóveis chamado Rick Carver (interpretado por Michael Shannon). Desesperado para ter sua casa de volta, Nash concorda em trabalhar para Carver, que está fazendo fortuna comprando propriedades hipotecadas e vendendo-as com lucro.
À medida que Nash se envolve cada vez mais nos negócios de Carver, ele começa a ver o custo humano da crise imobiliária e como ela devastou as pessoas comuns. Ao mesmo tempo, ele lida com sua moralidade e com os compromissos que está fazendo para sobreviver.
99 Homes foi bem recebido pela crítica, com muitos elogiando suas performances, particularmente as de Garfield e Shannon, e sua exploração oportuna da crise imobiliária e suas consequências. O filme recebeu vários prêmios e foi indicado a vários outros, incluindo o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Sundance.
Filme nº 5: Too Big To Fail (Grande Demais Para Quebrar)
Too Big to Fail é um filme de televisão americano de 2011 dirigido por Curtis Hanson baseado no livro de mesmo nome de Andrew Ross Sorkin. O filme conta a história da crise financeira de 2008 e os esforços do governo dos Estados Unidos para evitar o colapso do sistema financeiro global.
O filme se concentra nos principais atores da crise, incluindo o secretário do Tesouro Henry Paulson (interpretado por William Hurt), o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke (Paul Giamatti), e o banqueiro de investimentos Jamie Dimon (Billy Crudup). Ele explora as complexas negociações e a tomada de decisões de alto risco que ocorreram à medida que a crise se desenrolava e como as ações do governo impactaram a vida das pessoas comuns.
Too Big to Fail foi bem recebido pela crítica, com muitos elogiando suas atuações, principalmente as de Hurt e Giamatti, e seu retrato detalhado e matizado dos eventos da crise financeira. O filme recebeu vários prêmios e foi indicado a vários outros, incluindo 11 prêmios Emmy, dos quais ganhou dois.